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Ele ainda ama

  • Rebeca Elisa Boldt
  • 27 de jul. de 2015
  • 2 min de leitura

Acordou. Olhou pela janela. O brilho que entrava lhe doía os olhos, a cabeça e cada parte de seu corpo, era um sinal de vida, e essa vida ele não tinha mais. Três semanas desde que ele perdera o brilho de sua vida. Três semanas desde que voltara ao ponto de sua vida de 6 anos atrás. Ele tinha 17 anos. Estava acabando a escola. Não sabia o que fazer de seu futuro, nem vestibulares iria tentar. Mas ele encontrou um rumo, e alcançou seu desejo. A menina mais bonita que ele já tinha visto, engraçada, inteligente, humilde… era linda de maneiras indescritíveis. Eles viveram juntos todos os dias como se fossem os últimos de suas vidas, mesmo sabendo que não eram. Se formaram. Ela foi para a faculdade. Ele arrumou um emprego. Tudo estava bem. Todos os dias eram uma benção. 4 anos depois, no aniversário de 21 anos dela, ele fez o pedido. Ele sabia a resposta. Eles se amavam. Tinham uma ligação incrível. Casa comigo? – ele disse. Sim! – ela respondeu. Resolveram esperar para fazer o grande casamento, com uma viagem de lua de mel. Começaram a morar juntos, para terem logo o que queriam: passar o tempo todo ao lado um do outro. E assim se passaram os dias. Eram o casal mais feliz já visto. Um verdadeiro modelo de amizade que se tornou algo mais. 6 anos de namoro. 6 anos juntos, repletos de beijos, carinhos, abraços. Eles tinham de comemorar essa data especial. O encontro seria no parque. Um passeio de barco no lago de águas cristalinas. Logo depois iriam para um restaurante e teriam um dos melhores jantares de suas vidas. Tudo preparado nos mínimos detalhes por ele, para ela. Mas nada disso aconteceu. Ela morrera duas semanas antes deste dia. Um acidente de moto. Ele não estava lá. Ela fora sozinha para o trabalho pela primeira vez, pois uma de suas tradições era de que ele sempre a levasse. Já fazem três semanas. A barba dele cresce, ele dorme e não vê as horas passarem. Não encontra mais o que fazer. O maior objetivo dele sempre fora fazer ela feliz. E ele fez, enquanto pode, ele fez.

 
 
 

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