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Paramos de procurar monstros embaixo da nossa cama quando percebemos que eles estão dentro de nós.

  • Ana Flávia Boldt
  • 19 de jul. de 2015
  • 1 min de leitura

Cansei de tentar sobreviver. Eu estou esgotada de lutar. É difícil, sabe. Lutar contra aquilo que eu sequer consigo ver. A pior batalha que existe é aquela que tem dentro de mim. Lutar contra os meus medos está acabando comigo. Eu criei monstros na minha cabeça e agora a única solução para me livrar deles é fazendo amizade. Eu vi meus sonhos se desmoronando. Vi minhas esperanças sendo jogadas pelo abismo. Eu dei um berro nesse abismo e ele ecoou dentro de mim, abalou minha alma e virou meu grito de guerra. E as vozes que perambulam minha mente não me deixam dormir. Eu não tenho paz, não tenho sossego. Eu tentei desistir mas nem isso eu consigo fazer. Meus gritos viraram sussurros. São apenas barulhos sem nexo algum. E tudo o que eu quero agora é chorar. Mas as lágrimas caem como lâminas pelo meu rosto. E eu estou cheia de cortes e cicatrizes. Meu rosto parece uma tela rasgada. E as cores que saem de mim pintam o céu de cinza. As nuvens carregam uma chuva que perdurará os próximos dias. E eu continuo trancada, isolada desse mundo que eu nunca pertenci. Eu sento e me entrego ao cansaço. A dor de ser derrotada por mim mesma rasga meu ser e queima meu espírito. Enquanto isso, os monstros que me cercam dão risada enquanto me assistem queimar. A chuva lá fora cai ferozmente. O som da água batendo no telhado vira melodia. E os monstros estão dançando.

 
 
 

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