Zeus, devolva o mundo para Atlas, por favor.
- Ana Flávia Boldt
- 2 de jul. de 2015
- 1 min de leitura

[…] E então ele disse que não voltaria mais… Disse que estava cansado e precisava de espaço. Disse que não queria me magoar, que a culpa não era minha, mas ele não conseguia lidar com isso agora. Tão clichê. E ele simplesmente sumiu. Assim, como quem não quer nada. Pegou suas coisas e foi embora, batendo a porta atrás dele. Deixou um vazio em minha casa e um maior ainda no meu coração. Quem faz isso? Sair da vida de alguém tão bruscamente!? E eu estou confusa, assustada, em estado de choque. Não consigo demonstrar emoção alguma. Não me movo, não respiro. Eu preciso respirar. Vamos, não é tão difícil. Respiro. O ar entra em meus pulmões como uma facada, rasga tudo e pesa. Eu sinto um peso desumano caindo em cima de mim. Parece que eu fui ao Olimpo e voltei com as responsabilidades de Atlas. Estou segurando o mundo e não posso deixá-lo cair. Mas é tão pesado. E eu estou tão cansada. Eu choro por causa do cansaço, choro por causa da dor. Choro por causa da falta que você faz. Droga! Você não devia ter feito isso. Eu não estou aguentando o peso. E é tão irônico eu precisar segurar o mundo sendo que o meu desmoronou no momento em que você saiu pela porta.
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