Sorria sem ser filmado
- Ana Flávia Boldt
- 23 de jun. de 2015
- 2 min de leitura

Eu sou feliz por demais da conta. Eu gosto de rir à toa, de esbanjar sorrisos. Eu gosto de cantar no chuveiro para mostrar que meu dia se encontrou com a melodia do meu coração. Eu gosto de distribuir abraços e ser abraçada. Gosto de falar: ”Ei, sorri ai, cara.” Eu gosto de contar piadas sem graça, daquelas de tiozão mesmo. Gosto de rir sozinha das minhas piadas. Afinal, eu sou feliz. Ou idiota. Mas eu sou feliz. Seja sozinha, acompanhada, tanto faz. O que importa é que eu aproveito as mínimas coisas que a vida me proporciona. E eu sou feliz com elas. Eu gosto de dançar no centro da sala. Eu escuto música alta para espantar a tristeza e chamar a felicidade para cantar comigo. Eu sou assim, meio louca e completamente feliz. Eu sento no galho de uma árvore e fico horas sentada, pensando. Eu sento no balanço e brinco como se tivesse 7 anos. Eu sento ao lado de uma criança e posso ficar a tarde inteira discutindo quem é a princesa mais bonita. Porque essa sou eu. Idiota. Ou feliz, quem sabe. Mas eu gosto disso. Gosto de ser quem eu sou. Gosto de brincadeiras de rodas que arranquem risadas, por mais que sejam forçadas. Sabe, eu sou do tipo de pessoa que ao entrar em uma loja, sorri só por causa daquela plaquinha amarela que diz: ”sorria, você está sendo filmado”. Eu sorrio e ainda dou um joinha. Você pode rir de mim agora, eu deixo, tudo bem. Mas pelo menos eu sou feliz. Eu vou estar rodando com os braços abertos até ficar tonta e cair no chão. E então eu iriei rir da minha própria cara. Mas pelo menos, quando eu envelhecer, as rugas em meu rosto mostrarão que a minha vida valeu a pena. Afinal, no final de contas, o que importa é ser feliz.
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