O ritmo descompassado de uma vida
- Rebeca Elisa Boldt
- 27 de mai. de 2015
- 1 min de leitura

Na medida que esses dias tempestivos se esvaem eu vejo minhas lágrimas se esgotarem. Já chorei por tudo que poderia chorar. Chorei pela morte de um ente querido, pela dor do coração abatido, pelo grito sofrido do amigo. Eu senti a tristeza bater na janela, senti a solidão tão forte que o único som que ouvia era meu próprio coração batendo. Eu pisei nas teclas erradas até aprender a dançar no ritmo certo. Eu vi os segredos estragarem vidas, vi eles machucarem pessoas queridas. Eu vivi dias bons, vivi dias ruins, sobrevivi a cada um deles .Eu cresci na angustia, cresci no anseio, cresci na procura de dias melhores, de dias de céu claro com poucas nuvens e de cabeça limpa de todas as bobagens. Eu cresci e me fortaleci numa fé de que o dia que eu sonhava chegaria. Cresci sozinha. Minha força vem da solidão. Não tenho mais medo nem de chuvas e nem de grandes ventanias, afinal, eu também sou o escuro da noite.
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